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Caso Gritzbach: diretor do Deic citado por delator do PCC é afastado

Segundo Gritzbach, Fabio Pinheiro Lopes, o Fabio Caipira, teria cobrado propina por meio de advogado para devolver seu passaporte

Por Redação em 22/12/2024 às 11:49:54
Delegado Fábio Pinheiro Lopes

Delegado Fábio Pinheiro Lopes

São Paulo — O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, será afastado do cargo após voltar de férias em janeiro. Ele teria sido citado na delação de Vinícius Gritzbach sobre extorsões realizadas por policiais civis para interferir no inquérito sobre a morte do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, em dezembro de 2021.

Caipira chefiava o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na época em que teve início a investigação. Na última terça-feira (17/12), uma operação da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público de São Paulo prendeu sete policiais civis envolvidos no inquérito, que era conduzido pela 3ª Divisão de Homicídios do DHPP. Entre eles, o delegado Fabio Baena. O investigador Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, segue foragido.

Vinícius Gritzbach foi executado com tiros de fuzil em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana.

De acordo com a delação do corretor de imóveis, o advogado Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves teria se apresentado como uma pessoa com interlocução com o chefe do Deic e dito que, se ele efetuasse o pagamento de R$ 5 milhões em propina, seu passaporte seria devolvido. O delator teria transferido o valor por meio de dois apartamentos e mais R$ 300 mil em transferências.

Para convencer Gritzbach de sua relação com Caipira, o advogado teria enviado uma foto em frente ao Deic dizendo que teria ido ao local para entregar a propina.

O advogado ainda teria mencionado deputados estaduais. Entre eles, delegado Olim (Progressistas) e Carlão Pignatari (PSDB), então presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Por algum motivo, Fabio Caipira e os parlamentares não foram mencionados no depoimento de Gritzbach à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro, oito dias antes de sua morte.

Para a força-tarefa que investiga o assassinato, o delator teria sido enganado pelo advogado. A suspeita é que o advogado não tivesse relação com Caipira e fez a promessa apenas para extorquir Gritzbach.


Fonte: Renan Porto (Metrópoles)

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